quarta-feira, 30 de abril de 2008

Postagem quatro

Faz um tempo, eu cortei um dedo da minha mão direita.
Não ouso dizer que a cortei toda.
O motivo.... que importa?
Mas o real motivo todos podem pensar e adivinhar.

Agora, com um dedo a menos,
eu fico pensando se me arrependo.
Eu não quero me arrepender.
O sangue derramado não é nada
se comparado com o sangue do coração.

Meu Senhor, livra meu coração das ervas daninhas!

Mas o que eu digo não é tão forte assim.
Ou pelo menos não tão forte quanto o que eu acho que deveria ser.

Ontem eu tive um vislumbre
enquanto ensinava
aprendi.

Meu corpo me chama para voltar atrás
mas eu sei que talvez esteja confuso apenas.
Comodismo, saudade
incerteza
solidão.

E eu sei que eu estou totalmente tendendo a costurar meu dedo de volta
a fazer retalhos.

Moral da história:
- Não tome decisões importantes enquanto sangra.

quarta-feira, 23 de abril de 2008

Acho que uma semana depois...

Aconteceu em um sábado. Nós estavamos dentro de um carro, perto da São Vicente. Era tarde, acho que uma hora antes do grupo, mais ou menos. Então bateu na janelinha do carro, um desses flanelinhas. Era o irmão do moleza, não sei seu nome nem nunca me dei ao trabalho de dar-lhe um apelido; apenas o cumprimentava toda vez que passava. Ele estava pedindo uma camisa do GSV. O irmão dele tinha uma, se não me engano, e ele queria também. Mas nenhum de nós tinhamos - e me bateu uma dúvida agora: Se eu tivesse uma camisa do GSV, eu daria?

Quando ele foi embora, uma das pessoas que estava no carro soltou "Eu acho que a gente não devia entregar camisas do grupo para essas pessoas." Outra pessoa ainda se deu ao trabalho de perguntar porque (eu ignorei tal ignorância - ignorância deve ser ignorada!). A resposta: "Porque se um deles fizer um assalto com a camisa, vai cair mal para o grupo." Pronto! Estava feito! Ganhei mais uma crítica, mais um incoerência, para com o dito cujo. Porém, como tais palavras não trariam paz e talvez não fossem para a santificação, e mesmo porque eu não quero criticá-lo, não porque acho que não devo, mas porque sei que não adiantará em nada; me atentarei em expôr a minha opinião sobre a frase acima.

Porque se um deles fizer um assalto com a camisa, vai cair mal para o grupo.
Tive de esperar um tempo, acho que mais de um mês para poder escrever sobre isso. Minha revolta tinha que passar, pois palavras revoltas não contribuem em nada. Só semeiam o caos. E o que tenho eu a dizer? A frase acima deixa em evidência uma forma desviada de amor. Não se trata de amor à Deus, mas amor a uma organização, no caso, o GSV. Digamos assim, que um pobre foi sacrificado em prol dessa organização que é o GSV. Sacrificado não por causa da camisa que não lhe foi dada, mas por causa da falta de amor, da falsa caridade. À noite quando pensava no assunto, lembrei dos irmãos da Toca de Assis. Se um pobre lhe pedisse uma camisa da Toca, o que eles fariam? Fico pensando o que ele diria se estivesse no meu lugar dentro daquele carro. Então, acho que uma semana depois, em outro sábado - obviamente (dã) - estava um irmão da Toca de Assis dando formação para os veteranos e falando coisas sobre obediência (minha outra queixa principal ao autor da frase da camisa). Dentre tudo o que ele disse naquela reunião, teve uma frase em especial que me tocou, e que eu acho que era uma mensagem importante também, pois ele a repetiu várias vezes e com uma entonação que dizia, grave essa frase na sua mente.

Ame o coração, não as atitudes.
E depois dessa frase linda e perfeita, o que mais posso eu comentar? Que esta frase vale para mim também, em relação ao amigo "ignorante" e em relação aos antigos (haja coração!). Mas principalmente eu queria dizer que é isso mesmo. Não se trata de incentivar o roubo, nem de passar a mão na cabeça; mas é uma questão de amor, de caridade, de evangelização, não por meio de discursos e palavras e passagens e doutrinhas, mas evangelização por meio dos atos, das atitudes e da vida. Ai ai. E eu agora penso, porque eu não contei ao irmão Toqueiro essa história? Tem dias que eu queria ser a Raquel Alencar. Rs.

sábado, 19 de abril de 2008

Um assunto

Essa é uma daquelas noites
em que tudo o que queria
era um assunto que rendesse umas duas horas
de conversa com quem não vejo faz tempo.




O passado não volta mais.

sexta-feira, 18 de abril de 2008

Dois pobres

Aconteceu a mais tempo do que eu gostaria que tivesse acontecido. Digo isso porque eu me atrazei federalmente para criar esse blog. Rsrsrsrsrs. Adorei o trocadilho com o federalmente.
Basicamente vou contar duas histórias que envolvem a mim e aos pobres de Deus. Deveriam ser três, mas um dos casos ocorreu a tempo demais para me lembrar hoje. Aconteceu um dia depois do grupo de ACP, eu acho. Só sei que quando eu entrei no ônibus (céus, eu nem lembro se eu estava no terminal!), haviam "apenas" uns 4 bancos vazios para sentar, como se fosse pouco. Dois bancos eram daqueles duetos de bancos que ficam ao lado da janela se é que vocês conseguiram entender o que eu quis dizer; só que os dois bancos eram em "duetos" diferentes, e em ambos o assento da janela estava ocupado. Os dois ultimos eram daqueles cinco bancos que ficam no final do ônibus. E os dois eram lado a lado, dava certinho para eu e o Eduardo sentarmos. Um dos bancos era o do meio exato, o terceiro banco; e o outro era o segundo banco. A questão é que no primeiro desses bancos havia alguém. Estava com roupas em péssimo estado, segurava um boneco do Max Steel no suvaco de forma meio débil e estava sujo, o pé particulamente estava preto. E estava descalço! Não nego meu primeiro sentimento ao ver aquilo: nôjo. Um espécie de repulsa por aquela pessoa, que não dava outra impressão que não essa. E eu tinha quatro assentos para escolher. Qualquer um dos dois distantes dessa pessoa ou até mesmo o terceiro assento do final, deixando o Eduardo ao lado dele (ou não?).
E engraçado que agora eu parei para pensar aque talvez a pessoa sentada na quarta cadeira tenha preferido sentar na quarta ao lado de um estranho do que na terceira que é "apenas" uma cadeira distante dele. Talvez.
Sim, mas voltando ao assunto, eu resolvi sentar justamente ao lado dele, deixando o Eduardo na terceira. Fiz isso não porque eu sou bom, mas justamente pelo contrário; se eu fosse bom, não precisava ter feito aquilo. Mas reconhecer o meu sentimento do nôjo me fez optar por "Não excluir" digamos assim, embora eu esteja longe demais disso. Foi apenas um sentar ao lado de alguém. Alguém que talvez não tivesse sequer isso, e eu não fiz muito não! Isso é o minímo! O minímo a ser feito com os pobres de Deus, com as vitímas dos erros de poucos que mandam muito.
Sobre a viagem, como foi, quem quiser me pergunte pessoalmente depois. Vou pular logo para o segundo caso.... o Seu Pardal.
Eu estava indo meio aperreado e ele estava vindo, e como de costume, ele me abordou, mas não para pedir dinheiro. Várias vezes ele não quer dinheiro, ainda mais comigo por causa de uma vez em que eu estava parado em frente ao Laredo esperando uns amigos e ele apareceu. Fiquei com vergonha ao imaginar meus amigos chegando e eu conversando com ele, e então decidi que iria agarrar a minha cruz e comecei a conversar DE VERDADE com ele, sabe?
Mas naquele dia em que eu estava aperreado por algum motivo e não conseguia entender direito o que ele dizia; não sei se era algo com ele ou comigo. Só sei que em um momento, quando nem a minha atenção eu podia dar direito para ele, resolvi lhe entregar aquilo que para mim tinha grande importância. Lhe dei meu crufixico, que não necessáriamente era meu - ia dar de presente para a minha irmã por causa do primeiro encontro de evangelização dela.
O seu Pardal ficou muito feliz com o presente e eu expliquei que estava aperreado, mas ainda lhe falei alguma coisa que saiu do meu peito devido a uma pequena parte do que ele disse e eu entendi: "Ninguém nasce por acaso porque Deus tem uma missão para cada um aqui."
O último fato foi algo que me deixou triste mas que depois eu posto porque as minhas mãos já quase não agüentam.
Aos vitóriosos que leram até o final, fiquem com Cristo e que ele os acompanhem em sua corrida.
Aos que não conseguiram, também. ^^