Aconteceu em um sábado. Nós estavamos dentro de um carro, perto da São Vicente. Era tarde, acho que uma hora antes do grupo, mais ou menos. Então bateu na janelinha do carro, um desses flanelinhas. Era o irmão do moleza, não sei seu nome nem nunca me dei ao trabalho de dar-lhe um apelido; apenas o cumprimentava toda vez que passava. Ele estava pedindo uma camisa do GSV. O irmão dele tinha uma, se não me engano, e ele queria também. Mas nenhum de nós tinhamos - e me bateu uma dúvida agora: Se eu tivesse uma camisa do GSV, eu daria?
Quando ele foi embora, uma das pessoas que estava no carro soltou "Eu acho que a gente não devia entregar camisas do grupo para essas pessoas." Outra pessoa ainda se deu ao trabalho de perguntar porque (eu ignorei tal ignorância - ignorância deve ser ignorada!). A resposta: "Porque se um deles fizer um assalto com a camisa, vai cair mal para o grupo." Pronto! Estava feito! Ganhei mais uma crítica, mais um incoerência, para com o dito cujo. Porém, como tais palavras não trariam paz e talvez não fossem para a santificação, e mesmo porque eu não quero criticá-lo, não porque acho que não devo, mas porque sei que não adiantará em nada; me atentarei em expôr a minha opinião sobre a frase acima.
Porque se um deles fizer um assalto com a camisa, vai cair mal para o grupo.
Tive de esperar um tempo, acho que mais de um mês para poder escrever sobre isso. Minha revolta tinha que passar, pois palavras revoltas não contribuem em nada. Só semeiam o caos. E o que tenho eu a dizer? A frase acima deixa em evidência uma forma desviada de amor. Não se trata de amor à Deus, mas amor a uma organização, no caso, o GSV. Digamos assim, que um pobre foi sacrificado em prol dessa organização que é o GSV. Sacrificado não por causa da camisa que não lhe foi dada, mas por causa da falta de amor, da falsa caridade. À noite quando pensava no assunto, lembrei dos irmãos da Toca de Assis. Se um pobre lhe pedisse uma camisa da Toca, o que eles fariam? Fico pensando o que ele diria se estivesse no meu lugar dentro daquele carro. Então, acho que uma semana depois, em outro sábado - obviamente (dã) - estava um irmão da Toca de Assis dando formação para os veteranos e falando coisas sobre obediência (minha outra queixa principal ao autor da frase da camisa). Dentre tudo o que ele disse naquela reunião, teve uma frase em especial que me tocou, e que eu acho que era uma mensagem importante também, pois ele a repetiu várias vezes e com uma entonação que dizia, grave essa frase na sua mente.
Ame o coração, não as atitudes.
E depois dessa frase linda e perfeita, o que mais posso eu comentar? Que esta frase vale para mim também, em relação ao amigo "ignorante" e em relação aos antigos (haja coração!). Mas principalmente eu queria dizer que é isso mesmo. Não se trata de incentivar o roubo, nem de passar a mão na cabeça; mas é uma questão de amor, de caridade, de evangelização, não por meio de discursos e palavras e passagens e doutrinhas, mas evangelização por meio dos atos, das atitudes e da vida. Ai ai. E eu agora penso, porque eu não contei ao irmão Toqueiro essa história? Tem dias que eu queria ser a Raquel Alencar. Rs.
quarta-feira, 23 de abril de 2008
Acho que uma semana depois...
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2 comentários:
Simplesmente Ótimo!!!!!
Mas me tira uma dúvida: Quem são os ''Antigos'' que vc citou? rsrs
São os antigos do meu grupo de jovens, o GSV, Geo.
Eu tenho preconceito contra alguns.
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